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Vamos lá! Tire férias. Pelo tempo que quiser.

"Em um esforço para estimular a criatividade dos funcionários, reduzir a rotatividade e evitar o esgotamento, algumas empresas estão oferecendo aos empregados o benefício máximo: férias remuneradas ilimitadas. Ao mostrar que confiam em seus funcionários, dizem os empregadores, eles estão cultivando uma cultura de confiança ainda mais profunda. Embora a prática ainda seja experimental, essas empresas dizem que até agora constataram poucos abusos do sistema.

A Red Frog Events, uma organizadora de entretenimentos de fim de semana sediada em Chicago, não monitorou os dias de férias tirados pelos empregados desde suas primeiras contratações, há cerca de dois anos. Muitos de seus 80 empregados de tempo integral "tiram dois ou três dias aqui e ali" para recarregar as energias ou cumprir obrigações pessoais, tais como ir ao casamento de um amigo; mas ninguém abusou da política da empresa de férias ilimitadas, diz a diretora de recursos humanos, Stephanie Schroeder. As férias ilimitadas são oferecidas em geral em empresas menores, onde os horários são mais fáceis de coordenar, mas ainda assim é um benefício relativamente raro, dizem os especialistas. Atualmente, apenas 1% dos empregadores oferece esse benefício, de acordo com o Levantamento de Benefícios dos Empregados de 2012 feito pela Sociedade de Gestão de Recursos Humanos dos Estados Unidos, que entrevistou 550 profissionais de RH. A maioria das empresas oferece um período de férias fixo: o trabalhador americano mediano de tempo integral recebeu 2,6 semanas de férias no ano passado, segundo uma pesquisa de 465.000 trabalhadores realizada pela PayScale, firma que coleta dados sobre remuneração.

Jay Jamrog, vice-presidente sênior de pesquisas do Instituto para a Produtividade Empresarial, uma organização de pesquisas, diz que o tempo de férias ilimitado é uma forma de baixo custo de ganhar a lealdade dos funcionários, e pode ajudar a compensar fatores como baixos salários, congelamento salarial ou perda de bonificações. Adotar essa política envia a mensagem de que a empresa valoriza o bem-estar dos funcionários e o equilíbrio entre o trabalho e a vida particular. "É principalmente uma questão de imagem", diz ele. Mesmo assim, essa política não é uma boa opção para qualquer empresa, diz ele, e os empregadores devem proceder com cautela. "Você tem que ter uma cultura de alta confiança", diz ele. "Se essa cultura não existir, posso imaginar o quanto as pessoas vão abusar do sistema". Dov Seidman, diretor-presidente da firma de consultoria de serviços LRN, reconhece que desde que a empresa introduziu férias ilimitadas, há três anos, alguns funcionários "tomaram decisões erradas" e perderam reuniões para tirar uma folga. Mas esses erros são raros, diz ele, e "ninguém nunca se ausentou por quatro semanas". Seidman diz que seus cerca de 300 funcionários ficaram mais ponderados e atenciosos em relação às folgas, como resultado dessa política. Muitos agora se sentem obrigados a verificar a situação de férias dos colegas antes de marcar suas folgas, diz ele. A produtividade também não sofreu. Antes da nova política, os funcionários tiravam, em média, três semanas de férias por ano, número que continuou inalterado, diz Seidman. "As pessoas ficam muito mais honestas e responsáveis quando confiamos nelas", diz ele.".

 

Por LESLIE KWOH - The Wall Street Jornal - 31.10.

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