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DO DIREITO À MANIFESTAÇÃO

"Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente nos termos desta Constituição" - Constituição da Republica Federativa do Brasil  - Artigo 1o, parágrafo único.     Diferentemente do que querem fazer passar alguns 'articulistas políticos' o povo não é o quarto poder, mas sim o poder soberano, que deve, e está, acima de qualquer dos outros três poderes.

O regime político brasileiro, constante da Constituição de 1988, funda-se no princípio democrático, tratando-se de uma Democracia Representativa (onde o povo elege seus representantes), Participativa (o povo diretamente expressa suas vontades) e Pluralista (pluralismo político, liberdade de expressar idéias entre outros conceitos de liberdade e pluralidade de pensamento)

Como consequência do princípio democrático e pluralista, a Constituição garante o direito à manifestação e livre expressão dos ideais, proteções estas especialmente dispostas nos incisos IV e XVI do artigo 5o da Carta Magna, que dispõem:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Há 10 (dez) anos acreditava-se que as ONGS (associações, fundações, etc.) seriam o berço da nova revolução social, porém os ideais foram corrompidos pelas 'bolsas-algumacoisa', empregos e dinheiro. Tais institutos, antes legítimos meios de pleitear a mudança da sociedade, uma vez usurpados (ou talvez infectados) pela classe política (aqui em sentido pejorativo) transformaram-se em cabides de emprego e em meios de facilitar a malversação da coisa pública, sob a pecha de uma prestação de serviço social e  assistencial.

As manifestações que atualmente ocorrem no Brasil, foram chamados de 'movimento horizontal' pela suposta ausência de líderes, havendo em cada ato um pluralidade de ideais e pleitos.  Trata-se, em sua maioria, do Povo, que cansado dos 'governos de marketing' e da falta de representação dos seus eleitos, decidiu protestar, como forma de externar uma insatisfação que vem acumulando com o passar dos mandatos.

Pela análise simples dos movimentos, fica evidente que a atual forma de democracia representativa está falhando em seu princípio fundamental: representar o povo. – Porém, necessária não somente a mudança do sistema político, mas principalmente de conduta dos governantes e do próprio povo/eleitor.

Entretanto, nem tudo são flores, como consequência da ausência de lideranças e de unicidade de discurso, falta uma delimitação melhor dos pleitos e sem isso o movimento está fadado a ser um simples ruído da insatisfação. O melhor exemplo de tal assertiva é o sucesso dos protestos voltados aos transportes públicos.

Mas é preciso cautela, a crise instalada na Europa é a prova do esgotamento do sistema de assistencialismo desenfreado.  Não há segredo: se o Estado tem que prover algo (como passe livre, saúde, educação) quem paga é o próprio povo, através dos impostos, e já é fato notório que o Estado é o pior administrador que existe, ineficiente, caro e corrupto. 

Talvez não seria melhor uma retração do Estado, com a redução severa dos impostos para que o cidadão tenha dinheiro e condições de pagar por uma boa saúde, educação, veículos (bem) mais baratos, entre outros bens e serviços atualmente massacrados pela ânsia arrecadatória dos Governos?  

É cristalina a necessidade de uma verdadeira reforma tributária e administrativa!

Necessária também, antes da mudança do sistema político, a mudança de cada cidadão. A verdadeira mudança só vem se cada um mudar a própria conduta, vamos dar um basta no jeitinho, na falta de ética, na desonestidade, não interessa se são centavos ou milhões, não interessa se vai ou não prejudicar alguém, o que é certo é certo.

Vamos nos unir em torno das idéias de uma sociedade melhor, mais ética, mais justa, com menos impostos - permitindo ao cidadão um real acesso à bens e serviços de qualidade (pois o Estado, pela sua estrutura, não pode fornecê-lo) - mas de idéias bem delimitadas.

Pessoas podem silenciadas - com cargos, dinheiro ou repressão - mas ninguém pode matar uma idéia - pois idéias são a prova de bala

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